Minha vida do outro lado do baralho

A ‘indústria’ do poker tem dado espaço para diversas áreas e pessoas se aproximarem do esporte sem necessariamente serem jogadores.

Dessa forma que descobri a vida de dealer. Dei carta em diversos torneios durante o segundo semestre de 2013 em um clube em Santos e agora estou trabalhando em um na cidade de Sorocaba.

Mente quem fala que é uma vida fácil.

 Saber conduzir uma mesa, compreender as regras e fazer valê-las, aprender com seus erros e os dos outros, manter a postura para não ferrar sua coluna, manter o bom humor para não ferrar a cara de alguém, e virar noites, são apenas alguns dos desafios impostos a quem se dispõe a ser dealer.

Toda vez que dou carta fico me colocando no lugar dos jogadores, o que eu faria na posição deles, quanto apostaria naquele board e como exploraria a fraqueza de cada um na mesa. Observo atentamente cada movimento, cada expressão e cada fala. Isso tem me engrandecido muito como jogadora.

Confesso que fico triste por estar nessa posição e não do outro lado do baralho. Mas parafraseando Saint Exupéry:

‘É preciso que eu suporte duas ou três lagartas se quiser conhecer borboletas’.

 

The_Little_Prince_by_Mar_ka

Ser dealer me fornece o dinheiro que necessito para meu bem estar e para ajudar minha família, ser dealer tem me ajudado em definição de range e padrões de aposta. Mas eu não quero fazer somente isso durante o ano que tirei para dedicar-me ao poker. Eu quero jogar.

E como se já não bastassem os desafios que estou enfrentando diariamente na busca de material para estudo, formação da minha carreira como jogadora e diversos problemas pessoais, surgiram novos desafios com a vida de dealer em um clube de poker.

Postei um tweet bastante chateada essa manhã depois de passar a noite toda dando carta. E recebi essa inusitada resposta:

20140310-151233.jpg

O Poker está testando meus limites diariamente. E entre arranhões e algumas lágrimas escondidas venho me renovando a cada dia. Quero tornar-me uma jogadora.

Porque cada dia que enfrento um desafio imposto pela vida eu lembro de quem eu sou, do meu caráter, da minha fé e da minha determinação em buscar os meus objetivos. Eu me reconheço. E saio cada vez mais forte, mais focada e com a certeza que colherei os frutos lá na frente de todos esses desafios.

Obrigada pelas palavras Armando Sbrissa, foram muito gentis e as melhores  que eu poderia ter ouvido naquele momento.

‘Eu vencerei a prova’. Nós venceremos a prova se quisermos e lutarmos para isso.

Uma ótima semana a todos.

6 comentários sobre “Minha vida do outro lado do baralho

  1. Tati Schmitt disse:

    É isso aí, Fê! Fé, determinação e confiança. Estamos plantando uma semente dia após dia. Dias nublados virão, mas nenhum forte o suficiente para fazer a gente desistir. Tamo junto!

Deixe um comentário